A Nação Madureira anunciou neste domingo (5) que recebeu o aval da Convenção Nacional das Assembleias de Deus Madureira (Conamad) para apoiar um nome próprio, de perfil conservador, ao Senado Federal pelo Tocantins nas eleições de 2026.

O anúncio foi feito pelo pastor Amarildo Martins durante um evento da instituição realizado em Araguaína, com a presença de lideranças regionais e pastores de várias cidades do Estado. Segundo Amarildo, a decisão marca um novo momento de participação política organizada do segmento evangélico.

Crescimento do eleitorado evangélico

O movimento ocorre em meio ao avanço do eleitorado evangélico no Tocantins.

Segundo dados do Censo 2022, o número de evangélicos cresceu 24,51% em 12 anos, passando de 318 mil para 396 mil fiéis, o que representa 31% da população estadual.

No mesmo período, o número de católicos caiu cerca de 20%.

Esse crescimento tem se refletido diretamente na política local e nacional, com maior mobilização de lideranças religiosas e envolvimento nas decisões eleitorais.

Influência política recente

A força do segmento cristão ficou evidente nas eleições municipais de 2024, especialmente em Palmas.

Na ocasião, Eduardo Siqueira Campos (Podemos) venceu o segundo turno com 53,03% dos votos, apoiado fortemente por lideranças evangélicas, com destaque para o pastor Amarildo Martins, que liderou a articulação da Nação Madureira.

Eduardo tem como vice o pastor Carlos Eduardo (Agir), reforçando o peso político do segmento na composição da chapa vencedora.

Movimento nacional

O avanço da Madureira na política não se restringe ao Tocantins.

Em São Paulo, o deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) — também ligado à Conamad — anunciou em março de 2025 sua pré-candidatura ao Senado, com o apoio de lideranças da denominação.

A ideia, segundo fontes internas, é que a igreja tenha representação consolidada no Senado em mais de um Estado, articulando pautas conservadoras e de defesa dos valores cristãos.

Próximos passos

No Tocantins, a Nação Madureira deve iniciar ainda neste ano consultas internas para definir o possível nome que disputará a vaga no Senado em 2026.

O grupo promete ouvir pastores, líderes e membros de todo o Estado antes de tomar uma decisão definitiva.

“Estamos apenas no início de um diálogo. O objetivo é escolher alguém que una capacidade técnica, integridade e compromisso com os princípios cristãos”, reforçou Amarildo Martins.