Batismo de Gracyanne Barbosa em evento de Pablo Marçal por R$ 20 mil levanta debate sobre fé e comércio religioso
Cerimônia com influenciadora viraliza nas redes e reacende discussão sobre a monetização de práticas religiosas no Brasil

A influenciadora fitness Gracyanne Barbosa, de 41 anos, se tornou o centro de uma nova polêmica nas redes sociais ao participar de uma cerimônia de batismo durante um evento promovido pelo coach e empresário Pablo Marçal. O momento, registrado na madrugada da última segunda-feira (17), repercutiu intensamente na internet — não apenas pelo ato religioso em si, mas pelo valor envolvido: R$ 20 mil.
Segundo o portal Leo Dias, o batismo fez parte do Método IP (Identidade e Propósito), imersão criada por Marçal que combina ensinamentos motivacionais, desenvolvimento pessoal e fundamentos espirituais. A proposta, divulgada como uma “ativação espiritual com foco em prosperidade familiar e profissional”, já realizou mais de 155 edições e atrai seguidores de todo o Brasil.
Rituais pagos e espiritualidade comercializada
O valor pago por Gracyanne inclui acesso a toda a programação do evento, que dura dois dias e promete “ativar a identidade, esclarecer o propósito e destravar a vida financeira, emocional e espiritual”. Os próximos encontros estão previstos para os dias 29 e 30 de julho, com vagas limitadas e opção de parcelamento em até 12 vezes.
Apesar da forte divulgação e do crescente número de participantes, o batismo realizado por Marçal gerou críticas por parte de líderes religiosos e internautas, que questionam a legitimidade do ritual — já que o coach não é pastor ordenado por nenhuma denominação reconhecida.
Repercussão e silêncio diante das críticas
Nas redes sociais, o episódio dividiu opiniões. De um lado, seguidores defendem o método como uma ferramenta de autoconhecimento e transformação. Do outro, pastores e teólogos alertam para o risco de banalização de práticas sagradas.
“Batismo não se vende. É um ato de fé, arrependimento e entrega a Cristo. Não pode estar condicionado a um pacote motivacional de fim de semana”, afirmou um pastor evangélico em comentário publicado nas redes.
Gracyanne ainda não comentou publicamente o valor pago nem as críticas recebidas. Pablo Marçal, por sua vez, continua promovendo o evento como um instrumento de libertação pessoal e ativação espiritual.
Fé, marketing e negócio: onde está o limite?
O caso de Gracyanne Barbosa reacende um debate antigo no meio evangélico brasileiro: até que ponto é legítimo associar espiritualidade a pacotes comerciais? Para muitos líderes, eventos como o de Marçal misturam coaching, marketing e religião de forma controversa.
A discussão expõe uma realidade crescente: celebridades e influenciadores buscando experiências religiosas em ambientes não tradicionais, com forte apelo comercial. E, ao mesmo tempo, o mercado da fé segue em expansão, atraindo multidões e movimentando cifras expressivas.
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