O conflito militar deflagrado entre Israel e Irã, iniciado em 13 de junho de 2025, voltou a colocar o Oriente Médio no centro das atenções do mundo — e também do universo religioso. O nome escolhido por Israel para a ofensiva, “Rising Lion” (“O Leão se Levantou”, em tradução livre), trouxe à tona uma discussão que ultrapassa os limites da geopolítica e adentra o campo das profecias bíblicas.

A expressão remete diretamente ao versículo de Números 23:24, que diz:

“Eis que um povo se levanta como leoa, e como leão se ergue; não se deitará até que devore a presa e beba o sangue dos mortos.”

Segundo fontes militares israelenses, a escolha do nome foi proposital. A alusão ao texto sagrado tem o objetivo de reforçar a identidade espiritual de Israel e sua missão, segundo o entendimento de líderes religiosos e parte da população, como nação escolhida por Deus para desempenhar um papel central nos desdobramentos da história.

Escatologia e guerra: coincidência ou cumprimento profético?

Para estudiosos da escatologia — área da teologia que estuda o fim dos tempos —, o versículo citado carrega um peso profético que vai além do contexto histórico. O pastor e conferencista Daniel Mattos interpreta a referência como um símbolo de soberania divina:

“O leão que se ergue representa não apenas Israel em ação, mas aponta também para o Messias, o Leão da tribo de Judá, descrito no livro do Apocalipse. É uma imagem de força espiritual em tempos de conflito real.”

Outros estudiosos reforçam a conexão com passagens como Ezequiel 38 e 39, que descrevem a chamada batalha de Gogue e Magogue. Nesses capítulos, a Pérsia — nome bíblico do Irã — aparece como uma das nações que se levantam contra Israel nos “últimos dias”.

O rabino messiânico Ezra Hadar, em entrevista ao canal Jerusalem Watch, afirma que o nome da operação israelense “não é apenas retórica militar, mas uma declaração teológica”:

“Israel entende que está no centro do relógio profético. Quando invoca a imagem do leão, está ecoando sua própria narrativa espiritual.”

Interesse crescente pelo tema nas redes e igrejas

A ofensiva contra instalações nucleares iranianas, seguida por contra-ataques com mísseis balísticos, alimentou uma enxurrada de vídeos, sermões e análises nas redes sociais. Pastores, teólogos e influenciadores cristãos passaram a discutir se o atual conflito é mais um “sinal” da proximidade do Arrebatamento, da Grande Tribulação e da Segunda Vinda de Cristo, conforme descrito nas Escrituras.

O teólogo Relry Alves contextualiza:

“A Bíblia não descreve datas, mas aponta eventos e símbolos. Quando vemos guerras envolvendo Israel, alianças globais e crescentes perseguições religiosas, precisamos prestar atenção. Pode ser mais que política. Pode ser profecia.”

Israel e o papel central no fim dos tempos

Desde a restauração do Estado de Israel em 1948, muitos cristãos acreditam que começou a contagem regressiva para o cumprimento de profecias bíblicas. Guerras, disputas por Jerusalém e hostilidades com vizinhos são frequentemente interpretadas como peças de um quebra-cabeça apocalíptico.

Líderes religiosos apontam que passagens do Antigo e Novo Testamento — incluindo os livros de Daniel, Zacarias e Apocalipse — indicam que o Oriente Médio será palco de eventos decisivos nos últimos dias.

Conclusão:

Seja coincidência ou plano divino, o fato é que o nome “O Leão se Levantou”, escolhido por Israel, ultrapassou o campo militar e ressoou profundamente entre religiosos, estudiosos da Bíblia e cristãos ao redor do mundo. No campo de batalha e nos púlpitos, a pergunta permanece: estamos mais perto do fim dos tempos?